domingo, novembro 11, 2012

Minha menina!



Para minha pequena Yasmin. Minha menina!

Minha menina, como você cresceu!
Como teus passos, hoje, são tão firmes.
Teu olhar tão decidido.
Tuas palavras tão fortes.

Minha menina, teu olhar me traz esperança.
Teu carinho, herança.
Ah, menina.
Quanto encanto num jeito só. Num ser só. Num único ser!

Minha menina, teus louros cachos.
Leves e lisos e santos e puros.
Exalam uma canção ao toque do vento.
Que adoro ouvir.

Corre menina!
Viva... Sonhe... Cante... Encante.
Me toque com sua vida.
Pois tua existência me arranca a ausência.

                                                             Morgana Medeiros


                                                                                               


domingo, setembro 23, 2012

Simplesmente




Você não sabe, Clara?
Que quanto mais o mundo gira, mais a verdade é desconhecida.
Que a cada escolha muitas outras são rejeitadas.
E quase nunca são as certas. (Se é que a certa existe!)

As coisas são, menina. Apenas são.
Se bem que, por vezes, vão.
Os acontecimentos são bolhas que logo desaparecem no ar.
E nossos olhos se fecham pra espuma não machucar.

No entanto, a necessidade de tê-los nos leva a insistir e olhar.
Daí quando a bolha rompe, ferindo-nos os olhos, nos pomos a chorar.
Ando tão feliz, Clara.
Que não me importo mais com tais bolhas.

Sopro-as pra longe.
E deixo-as romper longe de meus olhos.
Apego-me ao devaneio da felicidade e vou.
E sendo assim costumo driblar o fim.

                                                                               Morgana Medeiros



terça-feira, julho 31, 2012

Poema Insano




É que de tão louco, o homem, são é.
Depois de deveres insanos.
E uma sequência de passes confusos.
A loucura é sã.
            As mãos são suas, mas não trabalham por você.
            Os pés teus já não caminham os teus passos.
            Os olhos, meu bem, já não fitam o que atrai teus olhos.
            E os braços já nem se importam com que agarram.
São seus.
Mas não estão por ti. Não são pra ti.
Nem te poderiam ser.
As coisas só precisam se deslocar.
E tudo precisa ser mais teu.
Em tudo precisas ser tu. Apenas tu.
E aqueles outros mais.
Se der, que assim sejas.
Se não... Viverás assim, vazio de si.

                                                                       Morgana Medeiros 


domingo, julho 08, 2012

Amor e Tempo



Amor, queria pedir que nunca fosses embora.
E desejar que para sempre venhas.
Mas a vida é agora.
O amanhã ainda não se toca.
Deixe-me amar-te apenas.
No hoje... No agora.
Que minhas mãos te farejam feito um cão de caça.
Amor, a prática é muito mais atraente.
A mente nem sempre compreende.
E meu coração, hoje, te sente tão intensamente.
Quero-te sempre em mim.
Ainda que o sempre seja dissipado pelos dias e os anos.
Tu serás meu manto!
Que me acompanhará pelos lugares desconhecidos.
Entregando-me abrigos, levantando-me sorrindo.
Porque amor, meu bem, não se vai plenamente.
Ele vem, leva de nós e deixa algo na gente.
                                               
                                                                             Morgana Medeiros


terça-feira, maio 29, 2012

Resignado.



Inquieta-se sozinho no caminho, mas segue.
Vagante, meio errante e quase sem chance: ele vai.
Já bem o disseram que o silêncio quase nunca ajuda.
E o homem bem sabe, mas “Ei, apenas ouça e engula!”
E é só isso que sua alma escuta.
Mal sabe ele que o silêncio pode até causar ordem social e moral,
Mas apenas cada um sabe a dor que causa o silêncio ao ser animal.

                                                                       Morgana Medeiros

segunda-feira, maio 14, 2012

Oxalá!



Tu bem sabes...
Que o vento quase nunca está a favor.
Que não haverá no fim da linha o que é recompensador.
Prefiro o silêncio à mentiras...
A verdade é crítica. A mentira não.
A verdade é limpa. A mentira não.
São todos falsos... É tudo inventado.
No fim só papo.
Oxalá, o que tu plantes hoje tu venhas colher um dia.
Oxalá!!
Não há regras. Não há!
Arbitrariamente os caminhos surgem. (ou não)
Oxalá, eles aparecem e lhes sejam bons.
O problema é que “cada qual” cuida de seu “qual”.
E sempre existirá um “cada” que ficará mal.
Mas no fundo tudo é falso.
Fundo falso. Forçado. Calado.
Somado aos gastos e fatos,
Sobra sempre um desejo mofado.

                                                                                  Morgana Medeiros

sexta-feira, abril 06, 2012

Lua minha


Lua, bela lua!
Que clareia meu corpo.
E ilumina meus olhos.
Lua, diva dos astros.
E deusa da noite.
As nuvens te cercam
Para venerar-te.
E meus olhos te fitam
Para contemplar-te.
Oh, lua!
Bela minha.
Branca vinha.
Minha bela... Tão bela.
E sozinha.

                                                   Morgana Medeiros

domingo, abril 01, 2012

A chama da vida.


Na confusa construção dos dias
Caminho sozinha.
Aqui, onde nada nem ninguém me vê.
Estou sem saída.
Ando de um lado a outro.
Sei bem o que quero.
Sei bem o que amo.
Mas não importa quanto.
Parecem viver apenas em mim.
Em mim e nada mais.
Minhas lágrimas outrora derramadas.
Hoje nem secam mais.
Riscas do passado rabiscam meu presente.
Linhas, já antigas, vivem se fazendo nova de repente.
Amei demais.
Vivi demais.
Sonhei demais.
Hoje apenas corro demais.
Sigo em frente demais.
Deixo pra trás.
Enfrento o cais.
Entrego-me com gás ao fogo da vida.
E sou consumida e consumo.
E sou fogo e sou brasa e sou só.
                                                                                 Morgana Medeiros

Deixe...


Deixe o sonho.
Deixe a esperança.
Deixe o amor.
Deixe os desejos e o que te faz falta.
Deixe os silêncios.
Deixe os gritos.
Deixe os carinhos.
Deixe os sorrisos.
Deixe ir, deixe passar, mas nunca, nunca deixe de se entregar.

                                                                              Morgana Medeiros.

quinta-feira, março 08, 2012

Ponte.

Sou ponte.
           Apenas ponte.
Nada mais.
          Encaminho destinos.
E fico para trás.


                                                                          Morgana Medeiros

sábado, março 03, 2012

Tão escuro.



Cá estou eu.
Sentindo falta do que vive fugindo de mim.
Sucumbindo feito um soldado atingido.
Escrevendo no escuro,
Confundo as linhas.
Confusa, só questiono.
O silêncio, aqui, não conforta.
A resposta em mim não encosta.
E estou só.
Numa batalha que luto sozinha.
Numa causa que é apenas minha.
E tudo é tão escuro.
No estômago sinto um murro.
Minha alma só ouve insultos.
Lançam-me lanças de cima de um muro.
Tornando em mim,
Tudo um pouco mais escuro.

                                                                                  Morgana Medeiros

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Encanto Natural


Molha a vela, amor.
E se deixa levar.
Pelo vento.
Pelo mar.
Ouve seu canto.
O canto do mar.
Da mãe que é a natureza.
E se deixe levar.
Que o carnaval sempre acontece.
Pra quem sabe amar.
É, amor, apenas se deixe levar.
E se entregue a natureza que só sabe encantar.

                                                                                              Morgana Medeiros.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Impulso.



Hoje sou uma vaga lembrança.
Uma cruz e uma espada.
Hoje sou apenas NADA!

Hoje sou sujo e sozinho.
Tenho comigo o mundo e a farpa.
Hoje sou só uma gota d’água.

Enquanto meus dias vêm
Meus anos se vão.
Enquanto insisto num “Vem!”
Meus dias me dizem NÃO!

                                                                                               Morgana Medeiros


quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Ame




Ame escondidinho no quarto.
Ame gritando aos quatro cantos.
Ame um amor.
Ame um amigo.
Ame com atitudes.
Ame com palavras.
Ame de manhã, de tarde e de noite.
Ame na madrugada.
Ame ao longe.
Ame nas serras.
Ame nas montanhas.
Ame juntinho. Ame separado.
Ame com carinho. Ame bem amado.

                                                                                    Morgana Medeiros.

Em mim.



Sedento como o "talvez".
Rico como o "se" .
Sinto cada passo de uma vez.
D'uma vez!

Meus espíritos encarnam-me, possuem-me.
E perco-me de mim.
Meus deuses e demônios se divertem unidos.
Contra mim. Em mim.

Sou santa e bruxa.
Sou dor e cura.
Sou lança e carinho.
Sou samba e chorinho.

Sinto-me na divisa, na fronteira entre mim e mim.
Um mais real que outro. Um mais irreal que outro.
Submersa flutuo.
Quando flutuo estou submersa.

Sou o verso mais negro e claro que já escrevi.
E o som mais doído e suave que senti.
Sou tudo e nada em mim.
Sou assim e assim. Não sei sem mim.


Ô santo Deus, as portas põem-se a cuspir brisas cruéis em meu rosto.
As pontes insistem em romper, quando estou quase lá.
A brasa costuma esfriar, quando o que quero é queimar.
As fadas costumam sumir quando às sinto tão perto de mim.

Santas palavras... Musas minhas.
E também minhas farpas.
Que me dão o céu e uma afiada espada na alma.
Pobre, imensa, alma!

Palavras que encarnam meus espíritos.
Espíritos que encarnam minha alma.
Minha alma que, por vezes, cala.
Por não encontrar as palavras.


                                                                   Morgana Medeiros


Solidão.


Sou filha da solidão,
Não há quem alcance minha mão.
Não há quem acompanhe meus pés.
Não há quem conforte meu coração
Não há sombra que me livre do açoite solar.
Criança, aprendi sozinha.
Adulta, não ando na linha.
Não desvio nada.
Nem sou de ninguém.
Vivo no vão de minha solidão.

                                                                                  Morgana Medeiros

domingo, janeiro 22, 2012

Aquilo das dúvidas...


Aqui, dúvidas como flechas, lançadas por quem (quê) desconheço,
Alcançam meu coração.
Pobre coração. Tão cansado de tudo.
Tão sedento por tudo.
É punido sem perdão.
Cada flecha, com seu próprio e distinto veneno.
Cada flecha, leve e cruelmente, instala-se em meu coração.
Multi-envenenado. Está corrompido.
Milhões de efeitos experimenta meu coração.
Intrigado sem saber a procedência de tais.
Confuso por estar multi-envenenado.
Calado por se encontrar, incomumente, afetado.
Por tantos lados. De tantos modos.
Os efeitos dos venenos, as reações às flechas.
As dúvidas. Tantas e tantas dúvidas.
Tantas e tantas cenas.
Tantas e inúmeras palavras.
Dúvidas. Dúvidas!
Existe veneno mais cruel pra um pobre e frágil coração?!
Pois aqui, não há apenas uma. São muitas.
São tantas dúvidas!!

                                                                                                                Morgana Medeiros



quarta-feira, janeiro 18, 2012

Pobres poetas.

Pobres poetas amantes!
Amantes, não-amados, mal amados.
De sorrisos tristonhos e olhar marejado.
Porém, nunca... nunca calados.
Em versos derramam-se as dores e alegrias.
Tão antigas, porém vivas. Bem vivas!!
Que se entregam ao papel através da tinta.
Que se derramam no mar feito um rio que está sempre a procurar.
Pobre poeta!
Que se encontra ao se perder.
Que sonha em tudo, sem nada ser.
E pede, aos deuses, um lugar seguro.
Quando se assombra com o escuro.

                                                                              Morgana Medeiros

                                                               

Parabéns.

Parabéns pra mim.
Por manter-me viva.
Por permanecer na ativa. 
Pelas lágrimas que chorei. 
Pelos versos que borrei. 
Pelos sorrisos que compartilhei.
Pelas ideias que deixei e por aquelas que agarrei. 
Pelos amigos que ganhei. Pelos que se foram, mas ficaram. 
Pelos sonhos que sonhei, mas que não realizei. 
Pelos que sonhei e por eles lutei. 
Parabéns pra mim. Pra nós. 
Para meus eu’s que ajudam-me a sustentar o ar no pulmão. 
No coração. Na alma.
Nesse dia a alegria me visita, pois estou viva!! 
                                                                 Morgana Medeiros