domingo, abril 01, 2012

A chama da vida.


Na confusa construção dos dias
Caminho sozinha.
Aqui, onde nada nem ninguém me vê.
Estou sem saída.
Ando de um lado a outro.
Sei bem o que quero.
Sei bem o que amo.
Mas não importa quanto.
Parecem viver apenas em mim.
Em mim e nada mais.
Minhas lágrimas outrora derramadas.
Hoje nem secam mais.
Riscas do passado rabiscam meu presente.
Linhas, já antigas, vivem se fazendo nova de repente.
Amei demais.
Vivi demais.
Sonhei demais.
Hoje apenas corro demais.
Sigo em frente demais.
Deixo pra trás.
Enfrento o cais.
Entrego-me com gás ao fogo da vida.
E sou consumida e consumo.
E sou fogo e sou brasa e sou só.
                                                                                 Morgana Medeiros

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