quarta-feira, julho 06, 2011

Coração.




Sou apenas mais uma inveterada e assumida saudosista.
Insisto num passado diferente.
Num passado que não vivi e talvez nunca viva.
Mas vive me assediando.
Vive se mostrando. Se exibindo de perfeito.
Mas, o não viver trás um tanto de morte.
Faz o avesso da sorte.
Que caminho é esse obscuro?
Que me atrai sem dó, nem piedade.
Atrai pra si, mesmo sem está afim.
É visivelmente atraente, desperta curiosidade, entra para lista de ambições.
Vãs ambições. Vãos. São vãos.
Se vão. Vão se perpetuando em corações.
Pobres corações. Alvos tristonhos e cansados.
Sem alarde, ele já sabe silenciar.
Já conhece essa canção e sabe que só se ouve silenciosamente.
A canção silenciosa que tanto toca.
Ah, meu coração!
Quantos sinais foram seguidos, erroneamente?
Quantos rastros foram assiduamente acariciados?
Não pare, coração.
Há de existir uma boa habitação.
Que ensinará uma nova e bela canção.
Onde o único vão será o do porão.
Onde outras notas comporá a canção.
E sentirá outra mão a segurar suas solitárias mãos, coração!

Morgana Medeiros.

4 comentários:

  1. saudades é do que não foi.

    que bonito.

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  2. Essa saudade eh, um tanto, mais cruel!!

    Obrigada!

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  3. palavras tão doces...
    adorei esse post
    Apesar do texto manter um tom de tristeza, há uma pontinha de esperança, uma explosão de doçura!
    parabéns!

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  4. Sempre há esperança... Existem belas melancolias,e essa aih samba!!

    ;D Muito Obg!

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