quinta-feira, abril 14, 2011

Divã


Minha vida, às vezes, parece um eterno Divã

Conto fatos (ouço outros)

Analiso atos

Me entrego ao oposto


Se o vídeo fosse visto antes

Se o fim fosse conhecido antes

E se o mundo me desse uma chance

E me tirasse desse transe


Só quero um amante a minha procura

Quero aquele que me escuta

Que não me julga

Me adora, por me, aqui e agora


Bom mesmo é Bono

Que te mostra que não precisas de dono

Mas o ser humano não sabe

Só sente... Só mente.


Onde foi aquela euforia?

Onde está aquela alegria?

Esqueci aquela rebeldia.

Já não sinto mais a linha


Sou mais sozinha

Do que o espermatozóide vencedor

Rejeito a utopia

Como remédio faz com a dor


Agarro o passado

Dou um trago

Fico um caco

Depois coleciono os retalhos


Minha coleção é vasta

Ao queimar só dá fumaça

Fumaça do passado

Do presente trancado num quarto (tão escuro)


Junto os fatos

Conto os cacos

Faço um trato

Fecho contrato.

Morgana Medeiros

Nenhum comentário:

Postar um comentário