segunda-feira, maio 09, 2011

Doce Insulto



Fazer poesia ouvindo música

É se render a força bruta

O que se ouve

Se reflete


É o bruto mais belo e doce que existe

Mais sentimental que se pode criar

Ter, inventar, reinventar

Não copio nada, apenas recrio, construo.


Mas só quero o brilhantismo de Chico

E a poesia abusada de Caetano

Quero a sensibilidade de Quintana

E a sutileza de Espanca


Do pouco que sei, quero multiplicar (dividindo)

Quero um leque ser

E de tudo, um pouco, conhecer

O conhecer gera um filho chamado conhecimento


E esse filho gerado

Gera mais conhecimento (mais do que a geração de um coelho!)

E não me vem com essa

De que “não entendo”.


Amo desafios

A eles amo aliar-se

O desequilíbrio gera conflito

E dá forma a um novo complexo, um pouco, mais completo


Aquele que soma com você é o que, de fato, importa

Completar?! Ninguém me completa!

Sou, em mim mesma, plena

Plena de mim, do que acredito, de meus conflitos


Falo, sem pretensão

Tenho aprendido com Narciso

Que por a amor a si

Se entregou, mergulhou em seu próprio mistério


Mistério egoísta!

Mas o que é pior (ou menos ruim)

Ser egoísta ao extremo?

Ou ter compaixão exacerbada?


Perdoe-me a indelicadeza ou até frieza (como queira!)

Mas bom mesmo

É o meio termo

É o equilíbrio, é ser um amante que se ama


Se ama, se protege

Se admira, se impõe

Que é seu fã número, principal!

Que feito Narciso, faz do espelho mais que um reflexo


Faz do espelho sua meta

Seu alvo

Nada amargo

E não como um fardo


Minhas pobres rimas,

Me dizem coisas tão profundas

Tão profundo pra mim

Mas tão raso pra’queles ali.


Ah, tira essa cara de desgosto

Minha poesia, aos teus olhos, parecem escrotos?!

Pois esses escrotos

Me são como ouro.Meu tesouro.


Mas já disseram

“Que o lixo do rico

É a riqueza dos pobres!”

Pobres?! São tão ricos!


Riqueza que o capitalismo abole

E que os nossos valores (podres, pobres)

Ignora, faz passar despercebido

E aquele abraço amigo... É tão rico!(sem custo monetário algum!)


Viva os pobres, que são tão ricos!

Viva aqueles que, com força, trapaceiam seus “destinos”!

Viva as “senhoras Elair” da vida!

E aquele “seu menino”, que sente saudades de seu nome ouvir! (Afinal, como é mesmo o seu nome?!)


Pobres desses ricos fingidos

Que posam de mocinhos

Mas são tão mesquinhos

São tão sozinhos, tão vazios.


Não desmereço o capital

Só não aceito qualquer aval

Nem quero ser igual

Àqueles que não entendem o valor do que é tão natural.

Morgana Medeiros

Nenhum comentário:

Postar um comentário