sábado, maio 28, 2011
Minha poesia
Espremendo a alma
Que insiste em calar
Encontrei rimas escondidas
Palavras reprimidadas - minha poesia.
Aproximei-me e interroguei-a,com amor
O que foi que assim te deixou?
A poesia com um olhar tristonho
E uma lágrima no canto do olho
Fitou-me...e disse-me
Você que esqueceu de mim
Eu aqui tentando me mostrar pra ti
E você me trata assim, não empresta teus ouvidos para me ouvir
Não permite tuas mãos serem guiadas por mim
Eu, pobre poeta
Com os olhos perplexos e inundado em lágrimas
Peguei-a em meus braços
E carinho lhe fiz.
Minha poesia é tão carente
Possue uma alma tão quente
E uma narração de arrebatar o coração.
Minha linda, perdoe minha distração!
É que sou assim
Poeta feito, sei não!
Mas voltei pra reconsiderar sua convocação
E me entregar a ti em devoção!
Morgana Medeiros
segunda-feira, maio 16, 2011
Só a viola
segunda-feira, maio 09, 2011
Doce Insulto
Fazer poesia ouvindo música
É se render a força bruta
O que se ouve
Se reflete
É o bruto mais belo e doce que existe
Mais sentimental que se pode criar
Ter, inventar, reinventar
Não copio nada, apenas recrio, construo.
Mas só quero o brilhantismo de Chico
E a poesia abusada de Caetano
Quero a sensibilidade de Quintana
E a sutileza de Espanca
Do pouco que sei, quero multiplicar (dividindo)
Quero um leque ser
E de tudo, um pouco, conhecer
O conhecer gera um filho chamado conhecimento
E esse filho gerado
Gera mais conhecimento (mais do que a geração de um coelho!)
E não me vem com essa
De que “não entendo”.
Amo desafios
A eles amo aliar-se
O desequilíbrio gera conflito
E dá forma a um novo complexo, um pouco, mais completo
Aquele que soma com você é o que, de fato, importa
Completar?! Ninguém me completa!
Sou, em mim mesma, plena
Plena de mim, do que acredito, de meus conflitos
Falo, sem pretensão
Tenho aprendido com Narciso
Que por a amor a si
Se entregou, mergulhou em seu próprio mistério
Mistério egoísta!
Mas o que é pior (ou menos ruim)
Ser egoísta ao extremo?
Ou ter compaixão exacerbada?
Perdoe-me a indelicadeza ou até frieza (como queira!)
Mas bom mesmo
É o meio termo
É o equilíbrio, é ser um amante que se ama
Se ama, se protege
Se admira, se impõe
Que é seu fã número, principal!
Que feito Narciso, faz do espelho mais que um reflexo
Faz do espelho sua meta
Seu alvo
Nada amargo
E não como um fardo
Minhas pobres rimas,
Me dizem coisas tão profundas
Tão profundo pra mim
Mas tão raso pra’queles ali.
Ah, tira essa cara de desgosto
Minha poesia, aos teus olhos, parecem escrotos?!
Pois esses escrotos
Me são como ouro.Meu tesouro.
Mas já disseram
“Que o lixo do rico
É a riqueza dos pobres!”
Pobres?! São tão ricos!
Riqueza que o capitalismo abole
E que os nossos valores (podres, pobres)
Ignora, faz passar despercebido
E aquele abraço amigo... É tão rico!(sem custo monetário algum!)
Viva os pobres, que são tão ricos!
Viva aqueles que, com força, trapaceiam seus “destinos”!
Viva as “senhoras Elair” da vida!
E aquele “seu menino”, que sente saudades de seu nome ouvir! (Afinal, como é mesmo o seu nome?!)
Pobres desses ricos fingidos
Que posam de mocinhos
Mas são tão mesquinhos
São tão sozinhos, tão vazios.
Não desmereço o capital
Só não aceito qualquer aval
Nem quero ser igual
Àqueles que não entendem o valor do que é tão natural.
Morgana Medeiros
sexta-feira, maio 06, 2011
Inquietação
Ele é tão criativo
Ora, fala ao povo escrevendo no chão
Ora, em silêncio faz uma revolução no coração
Em outras, foi com o chicote na mão
Mas aí vem esses homens aí
Abrindo a bíblia e dizendo
Assim diz o Senhor
De uma forma tão clichê
Recuso-me a acreditar
Que, meu Jesus, tão inteligente e criativo
Fale pela boca de certas pessoas
Tão vazias, tão ortodoxas e preconceituosas.
Ele fala comigo
Ao ouvir uma criança chorar
Com aquele Frei que ajuda os esquecidos a uma nova canção cantar
E aquele meu amigo, que a igreja o intitula “perdido”
Ah, Jesus!
Ensina-os o teu amor
Ensina-nos o teu perdão
E o estender a mão
Dê-lhes a decência de dizer “sei não”
E faze-os afastar-se do julgar
E a encolher a mão para não apontar
Ensine-os à tua versão
Que suas interpretações sejam sem subversões
Mas essas interpretações sejam genuínas
Tiradas aos teus pés
Ouvindo a canção do Teu coração
Dê-me Teu olhar, Senhor
E a interpretação exata de tuas palavras
E faz-me ouvir e entender, sem subverter
O que está em teu coração.
Ouve esse humilde desejo de meu coração
Escuta meu grito
E dá-me a tua genuína vida
Fazendo-me ouvir a tua voz legítima.
Morgana Medeiros