Minha vida, às vezes, parece um eterno Divã
Conto fatos (ouço outros)
Analiso atos
Me entrego ao oposto
Se o vídeo fosse visto antes
Se o fim fosse conhecido antes
E se o mundo me desse uma chance
E me tirasse desse transe
Só quero um amante a minha procura
Quero aquele que me escuta
Que não me julga
Me adora, por me, aqui e agora
Bom mesmo é Bono
Que te mostra que não precisas de dono
Mas o ser humano não sabe
Só sente... Só mente.
Onde foi aquela euforia?
Onde está aquela alegria?
Esqueci aquela rebeldia.
Já não sinto mais a linha
Sou mais sozinha
Do que o espermatozóide vencedor
Rejeito a utopia
Como remédio faz com a dor
Agarro o passado
Dou um trago
Fico um caco
Depois coleciono os retalhos
Minha coleção é vasta
Ao queimar só dá fumaça
Fumaça do passado
Do presente trancado num quarto (tão escuro)
Junto os fatos
Conto os cacos
Faço um trato
Fecho contrato.
Morgana Medeiros