terça-feira, dezembro 27, 2011

Sobre as lembranças...

Encontrei um amigo antigo, um dileto amigo!
Passeamos ao luar. Em frente ao mar.
Fizemos do passado um consistente estar.
Reviramos um baú. Tão antigo!
As lembranças retiradas soprávamos ao vento.
E este as fazia impregnar o ar.
O ar do passado, agora no presente.
Sorrisos. Memórias. Mágoas. Lembranças.
Tantas lembranças!
Que nos roubavam o presente.
E nos traziam antigas cartas.
Silenciavam-nos os lábios e inundavam-nos os olhos.
Bons tempos. Tempos tão bons.
Mas outros dias vêm
E aqueles dias por estes são retidos, detidos.
A vida é um oceano, amor!
O que não há valor fica na superfície.
Afetado por tudo, se perde, se vai.
O que se possui dileção subsiste, sobrevive ao fundo,
No fundo desse oceano.
Os grãos do fundo podem até encobri-los,
Mas basta uma forte maré,
E tudo se mostrará.
A ostra se abrirá.
Estará lá, amor!
Deixe as boas lembranças atracadas no fundo.
Que estas revivam em cada sorriso teu.
Mesmo ao sorrir à outras coisas.
As pérolas, amor!
Nascem no fundo. No fundo do mar!
Deixe a profundidade para o que há de bom.
Nas profundezas, reserve os bons amigos, os belos amores, “aqueles” momentos.
Permita que tuas águas os envolvam.
Deixe-os firmados em teu chão.
E traga-os à tona quando quiseres. (Ou não quiseres.)
É, amor!
Certas coisas vão às profundezas desmerecidamente.
Cuide dessas também.
Pois, podem ter te roubado tristes lágrimas
Porém, por estas (também) tuas águas cantam.

Morgana Medeiros

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