quarta-feira, novembro 23, 2011

O tempo

Passando o passado pra frente.

Sentando com cansada mente.

A mente que mente pra mim.

O alvo que vivi fugindo afim.

As mãos sustentam carinhos invisíveis

Os pés caminham em estradas irreais.

O vão se torna quase irmão. Nem queira saber nossas intimidades!

A amizade abre tantas exceções! (Isenções!!)

O amor exige tantas privações!

A vida é mesquinha.

As coisas não vividas não são esquecidas,

Logo, como diz Quintana, continuam acontecendo.

Mesmo sem acontecer ou ter acontecido. (!)

É. É assim, meu bem! Acredite!

Basta um passo e trilhões de compassos te seguem.

Sorte se forem aliados. Azar se forem cargos.

Ah, meu bem, eu te avisei.

Apontei com o dedo e te mostrei com o coração.

As coisas são e não são, porque são.

Viva, apenas! E não pense que seja pouco.

É muito, é tanto. É tempo. É arte.

Ah, o tempo!

Não confie nele, amor!

Apenas aceite-o. Apenas sorria pra ele, vez ou outra.

Ele é aliado, mas ambíguo!

Ora te traz alívio, ora te trará açoite.

Mas é bom, amor! No fundo, é bom!

Ele é maestro, é mestre.

Mas não pense que ele te fará apagar nada.

Ele, apenas, ameniza as dores pra que você possa viver. (Mas não apaga-as!) Nunca!!

O tempo, meu bem, é aquela brisa suave que arrasta as folhas, que atrai fluidos, que espalha uns, separam outros, que destrói, que limpa um lugar, e com a mesma sutileza, revira outro.

Ah, amor! Certas coisas, por mais que se explique, não se entende!

O lance é viver! É passar! O lance é se deixar, se entregar e acima de tudo, sorrir e se quiser, chorar. Essas são as experiências maiores da vida, as imperdíveis do viver!

Morgana Medeiros

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