sexta-feira, novembro 25, 2011

Fim do dia!

Vou dormir!

Que esse dia, pra mim, já deu!

Que nada, minh’alma, acendeu.

Que a luz ilumina, apenas, o que me escurece.

Minha alma está enegrecida!

Nada pra dilatar a pupila.

Nada que me torne mais sentida.

Queria vazar a madrugada.

Mas só o fim me amola.

Que esse dia passe!

Que finde! Que se vá! Que se apague!

Nada me rende agora!

Nada renova! (apenas o fim.)

Nada consola! (nem me deixa afim.)

O que quero está longe da mão.

O que desejo não se alcança, apenas, com o coração.

Finde, dia!

Apague, noite!

Que essa aqui já não tem nada pra ti.

Que essa aqui só precisa parar e dormir!

Pra, quiçá, amanhã sorrir!

Morgana Medeiros

quarta-feira, novembro 23, 2011

O tempo

Passando o passado pra frente.

Sentando com cansada mente.

A mente que mente pra mim.

O alvo que vivi fugindo afim.

As mãos sustentam carinhos invisíveis

Os pés caminham em estradas irreais.

O vão se torna quase irmão. Nem queira saber nossas intimidades!

A amizade abre tantas exceções! (Isenções!!)

O amor exige tantas privações!

A vida é mesquinha.

As coisas não vividas não são esquecidas,

Logo, como diz Quintana, continuam acontecendo.

Mesmo sem acontecer ou ter acontecido. (!)

É. É assim, meu bem! Acredite!

Basta um passo e trilhões de compassos te seguem.

Sorte se forem aliados. Azar se forem cargos.

Ah, meu bem, eu te avisei.

Apontei com o dedo e te mostrei com o coração.

As coisas são e não são, porque são.

Viva, apenas! E não pense que seja pouco.

É muito, é tanto. É tempo. É arte.

Ah, o tempo!

Não confie nele, amor!

Apenas aceite-o. Apenas sorria pra ele, vez ou outra.

Ele é aliado, mas ambíguo!

Ora te traz alívio, ora te trará açoite.

Mas é bom, amor! No fundo, é bom!

Ele é maestro, é mestre.

Mas não pense que ele te fará apagar nada.

Ele, apenas, ameniza as dores pra que você possa viver. (Mas não apaga-as!) Nunca!!

O tempo, meu bem, é aquela brisa suave que arrasta as folhas, que atrai fluidos, que espalha uns, separam outros, que destrói, que limpa um lugar, e com a mesma sutileza, revira outro.

Ah, amor! Certas coisas, por mais que se explique, não se entende!

O lance é viver! É passar! O lance é se deixar, se entregar e acima de tudo, sorrir e se quiser, chorar. Essas são as experiências maiores da vida, as imperdíveis do viver!

Morgana Medeiros

domingo, novembro 20, 2011

A sombra

Minha filha, filhinha!

O caminho é longo!

A vida é curta.

O tempo não perdoa.

Logo, logo a nuvem passa

E a sombra vem!

Morgana Medeiros

quarta-feira, novembro 16, 2011

Aquilo da química!

As químicas existem! Elas são reais, mas temporais, passageiras!! Nem sempre a combinação terá a reação desejada. Nem sempre a espuma, do gozo, surgirá. Nem sempre a combinação trará a cor desejada, cintilante e viva.

As químicas se bloqueiam também. As químicas ora dão certo, ora se anulam. As combinações ora casam, ora divorciam-se. As químicas existem, mas são limitadas à combinação, são dependentes dos reagentes para, de fato, reagirem.

As químicas são traiçoeiras. São falíveis! Não são eternas. São, apenas, ternas! Ternas! Apenas isso. E nada mais!!

domingo, novembro 13, 2011

Poeta!



 Tanto sentimento que transita em sentidos.

                                       Tantos vãos que emergem sem perdão.

E os pés que andam na contramão.

                              E a escolha do coração?!

Minha poesia é racional.

                         Minha poesia tem razão!

                                           Minhas rimas são incontidas.

                                                       Meus versos são maestros!

                                                                    Minhas mãos artistas.

E meu coração POETA!

quarta-feira, novembro 02, 2011

O tempo fechou,amor!


O tempo fechou, amor!
O cinza é quase palpável.
As mãos apontam a frieza do clima.
No coração é notável a escuridão.

O tempo fechou, amor!
Os pássaros se esconderam.
As crianças correram.
As roupas molharam.

O tempo fechou, amor!
A batucada cessou.
O violão. Guardou!
A cidade está enxuta de gente.

O tempo fechou, amor!
A canção não aguentou. Congelou!
O sol nem tentou. Deixou!
E as gotas afogam a alegria que restou.


                                                                                                                             Morgana Medeiros