quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Encanto Natural


Molha a vela, amor.
E se deixa levar.
Pelo vento.
Pelo mar.
Ouve seu canto.
O canto do mar.
Da mãe que é a natureza.
E se deixe levar.
Que o carnaval sempre acontece.
Pra quem sabe amar.
É, amor, apenas se deixe levar.
E se entregue a natureza que só sabe encantar.

                                                                                              Morgana Medeiros.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Impulso.



Hoje sou uma vaga lembrança.
Uma cruz e uma espada.
Hoje sou apenas NADA!

Hoje sou sujo e sozinho.
Tenho comigo o mundo e a farpa.
Hoje sou só uma gota d’água.

Enquanto meus dias vêm
Meus anos se vão.
Enquanto insisto num “Vem!”
Meus dias me dizem NÃO!

                                                                                               Morgana Medeiros


quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Ame




Ame escondidinho no quarto.
Ame gritando aos quatro cantos.
Ame um amor.
Ame um amigo.
Ame com atitudes.
Ame com palavras.
Ame de manhã, de tarde e de noite.
Ame na madrugada.
Ame ao longe.
Ame nas serras.
Ame nas montanhas.
Ame juntinho. Ame separado.
Ame com carinho. Ame bem amado.

                                                                                    Morgana Medeiros.

Em mim.



Sedento como o "talvez".
Rico como o "se" .
Sinto cada passo de uma vez.
D'uma vez!

Meus espíritos encarnam-me, possuem-me.
E perco-me de mim.
Meus deuses e demônios se divertem unidos.
Contra mim. Em mim.

Sou santa e bruxa.
Sou dor e cura.
Sou lança e carinho.
Sou samba e chorinho.

Sinto-me na divisa, na fronteira entre mim e mim.
Um mais real que outro. Um mais irreal que outro.
Submersa flutuo.
Quando flutuo estou submersa.

Sou o verso mais negro e claro que já escrevi.
E o som mais doído e suave que senti.
Sou tudo e nada em mim.
Sou assim e assim. Não sei sem mim.


Ô santo Deus, as portas põem-se a cuspir brisas cruéis em meu rosto.
As pontes insistem em romper, quando estou quase lá.
A brasa costuma esfriar, quando o que quero é queimar.
As fadas costumam sumir quando às sinto tão perto de mim.

Santas palavras... Musas minhas.
E também minhas farpas.
Que me dão o céu e uma afiada espada na alma.
Pobre, imensa, alma!

Palavras que encarnam meus espíritos.
Espíritos que encarnam minha alma.
Minha alma que, por vezes, cala.
Por não encontrar as palavras.


                                                                   Morgana Medeiros


Solidão.


Sou filha da solidão,
Não há quem alcance minha mão.
Não há quem acompanhe meus pés.
Não há quem conforte meu coração
Não há sombra que me livre do açoite solar.
Criança, aprendi sozinha.
Adulta, não ando na linha.
Não desvio nada.
Nem sou de ninguém.
Vivo no vão de minha solidão.

                                                                                  Morgana Medeiros