
Fazer poesia ouvindo música
É se render a força bruta
O que se ouve
Se reflete
É o bruto mais belo e doce que existe
Mais sentimental que se pode criar
Ter, inventar, reinventar
Não copio nada, apenas recrio, construo.
Mas só quero o brilhantismo de Chico
E a poesia abusada de Caetano
Quero a sensibilidade de Quintana
E a sutileza de Espanca
Do pouco que sei, quero multiplicar (dividindo)
Quero um leque ser
E de tudo, um pouco, conhecer
O conhecer gera um filho chamado conhecimento
E esse filho gerado
Gera mais conhecimento (mais do que a geração de um coelho!)
E não me vem com essa
De que “não entendo”.
Amo desafios
A eles amo aliar-se
O desequilíbrio gera conflito
E dá forma a um novo complexo, um pouco, mais completo
Aquele que soma com você é o que, de fato, importa
Completar?! Ninguém me completa!
Sou, em mim mesma, plena
Plena de mim, do que acredito, de meus conflitos
Falo, sem pretensão
Tenho aprendido com Narciso
Que por a amor a si
Se entregou, mergulhou em seu próprio mistério
Mistério egoísta!
Mas o que é pior (ou menos ruim)
Ser egoísta ao extremo?
Ou ter compaixão exacerbada?
Perdoe-me a indelicadeza ou até frieza (como queira!)
Mas bom mesmo
É o meio termo
É o equilíbrio, é ser um amante que se ama
Se ama, se protege
Se admira, se impõe
Que é seu fã número, principal!
Que feito Narciso, faz do espelho mais que um reflexo
Faz do espelho sua meta
Seu alvo
Nada amargo
E não como um fardo
Minhas pobres rimas,
Me dizem coisas tão profundas
Tão profundo pra mim
Mas tão raso pra’queles ali.
Ah, tira essa cara de desgosto
Minha poesia, aos teus olhos, parecem escrotos?!
Pois esses escrotos
Me são como ouro.Meu tesouro.
Mas já disseram
“Que o lixo do rico
É a riqueza dos pobres!”
Pobres?! São tão ricos!
Riqueza que o capitalismo abole
E que os nossos valores (podres, pobres)
Ignora, faz passar despercebido
E aquele abraço amigo... É tão rico!(sem custo monetário algum!)
Viva os pobres, que são tão ricos!
Viva aqueles que, com força, trapaceiam seus “destinos”!
Viva as “senhoras Elair” da vida!
E aquele “seu menino”, que sente saudades de seu nome ouvir! (Afinal, como é mesmo o seu nome?!)
Pobres desses ricos fingidos
Que posam de mocinhos
Mas são tão mesquinhos
São tão sozinhos, tão vazios.
Não desmereço o capital
Só não aceito qualquer aval
Nem quero ser igual
Àqueles que não entendem o valor do que é tão natural.
Morgana Medeiros
Nenhum comentário:
Postar um comentário